Durante a sessão remota do Senado, nesta quinta-feira, 30, o senador Dário Berger (MDB-SC) solicitou ao ministro da Saúde, Nelson Teich, atenção para as iniciativas catarinenses que podem contribuir decisivamente no combate a pandemia de coronavírus no Brasil.

“Cobrei do novo ministro da saúde a atenção especial para duas iniciativas catarinenses que podem fazer muita diferença na hora de preservar e salvar vida dos brasileiros: o Sistema de Tele-Saúde e Telemedicina, desenvolvido na Universidade Federal de Santa Catarina; e a liberação pela Anvisa da produção e comercialização de respiradores produzidos por empresas do nosso estado, até 50% mais baratos que os importados”, adiantou Dário Berger.

Ambas iniciativas já tinham sido apresentadas para o ex ministro Luiz Henrique Mandetta e assim que Teich assumiu o comando da pasta, as sugestões foram novamente formalizadas ao ministério.

TELEMEDICINA (STT)

O Sistema de Tele-Saúde e Telemedicina, desenvolvido na Universidade Federal de Santa Catarina há mais de 10 anos, pode atender até 80 mil pacientes – sendo o maior sistema de telemedicina da América Latina. O sistema é utilizado por órgãos do governo federal, inclusive pelo Exército em alguns estados.

“Com todas essas informações, encaminhei a sugestão ao então ministro Mandetta. No dia 23 de março, o Ministério da Saúde editou a portaria 467/2020, que dispõe, em caráter excepcional e temporário, das ações de Telemedicina. Além disso, aprovamos no Congresso, a lei 13.989/2020, que também autoriza o uso da telemedicina, enquanto durar o a crise ocasionada pelo coronavírus”, disse Dário Berger.

O senador catarinense atenta que muitos médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde estão na linha de frente do combate à pandemia e sujeitos à contaminação. “Já há muitos casos de profissionais infectados e que passaram a desfalcar os hospitais em diversas regiões do país”.

“A telemedicina é uma medida importante que pode ajudar num diagnóstico rápido, eficiente e capaz de suprir a falta de profissionais em alguns casos”, reforçou.

RESPIRADORES NACIONAIS

O senador cobrou ainda atenção do novo ministro que destrave a burocracia que “está atrapalhando as empresas nacionais fabricantes de respiradores e que será de relevante contribuição para todo o país”, destacou.

Com a crise de saúde, segundo Dário Berger, muitas empresas investiram na elaboração de respiradores mecânicos, equipamentos essenciais no tratamento dos doentes da covid-19 e que o custo destes aparelhos importados passa dos R$ 60 mil.

Há empresas catarinenses, com a ajuda de médicos e engenheiros, produziram respiradores já testados em pacientes, possuindo todos os laudos técnicos e periciais que atestam sua eficácia e que custariam no mercado pelo menos 50% mais barato que os importados.

Entretanto, lamenta o senador, a Anvisa está travando a produção porque essas empresas, antes da pandemia, não produziam equipamentos médicos. “É um produto que já foi testado, mais barato e brasileiro. Não faz sentido que a burocracia seja rigorosa a ponto de impedir que vidas sejam salvas. Pedi atenção do ministro Teich para interceder nesse momento”, disse Dário Berger.