Uma profissão quase sempre marcada por salários baixos e infraestrutura precária. Com esse diagnóstico, o presidente da Comissão de Educação (CE), senador Dario Berger (MDB-SC), avalia que o Brasil “não tem muitas reais razões” para comemorar o Dia do Professor, celebrado nesta terça-feira (15).

 

“Recentemente a OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico] apontou, analisando 48 países desenvolvidos ou em desenvolvimento, que os professores brasileiros eram os mais mal pagos entre todos estes países. Mas mais grave do que isso, 17 mil escolas brasileiras não têm sequer um banheiro em suas instalações. Quase 7 mil escolas não têm energia elétrica, e cerca de 100 mil funcionam sem bibliotecas”, lamentou Dário.

 

O senador também considera “estarrecedor” que, segundo o levantamento da OCDE, o Brasil seja o país onde há mais casos de agressões contra professores, ocorridas dentro do ambiente escolar: 13% dos professores relatam já terem sido agredidos enquanto davam aulas, somando casos de agressões físicas, verbais ou discriminatórias.

 

Dário ainda citou pesquisa recente da ONG Nova Escola apontando que 66% dos professores brasileiros já foram, em algum momento de suas carreiras, afastados das escolas por problemas de saúde. Entre os problemas mais comuns, estão depressão, insônia, stress crônico e dores nos membros.

 

 

MAIS VERBAS

 

Ao falar sobre o piso salarial dos professores, de R$ 2.455,35, o senador Dário lembrou que o valor não é cumprido em cinco estados: Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pará e Acre, que têm pago vencimentos mais baixos.

 

Ao final, o senador enfatizou o papel estratégico que a educação pública deve ter no Brasil, caso o país queira de fato se desenvolver e citou o que tem feito no Senado para contribuir.

 

“O Brasil tem 2,4 milhões de professores, 77% deles na rede pública. Ou seja, mais de 1,8 milhão dos docentes atuam no setor público. Por isso, as emendas da CE à Lei de Diretrizes Orçamentárias foram direcionadas para a infraestrutura das escolas e para a educação básica. Também vamos priorizar o novo Fundeb [Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica], focando para que ao menos 60% dos fundos estaduais sejam direcionados ao pagamento dos salários dos professores”, afirmou o senador.

 

 

Com informações da Agência Senado