A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou nesta quarta-feira (14/12), o projeto do senador Dário Berger (PMDB-SC) que determina a todas as maternidades de referência regional a dispor de bancos de leite em suas instalações. O objetivo do PLS 171/2016 é aumentar a capilaridade da rede de aleitamento materno. A matéria é terminativa e segue à Câmara.
O Brasil tem o maior número de doadoras de leite materno do mundo, segundo o Ministério da Saúde. No entanto, essa cobertura ainda é deficitária em algumas regiões. Alguns estados — principalmente da Região Norte, que registra a maior taxa de mortalidade infantil do país — só dispõem de um banco de leite na capital.
A intenção do autor é facilitar o acesso dos bebês ao alimento, uma vez que a introdução precoce (antes do sexto mês de vida) de outros alimentos ao bebê pode aumentar o risco de desnutrição e está associada a casos de diarreia, hospitalização por doença respiratória e diminuição na absorção de minerais. O Ministério da Saúde já orienta os hospitais com leitos neonatais a ter um banco de leite humano ou posto de coleta.
“Existem muitos municípios que não contam com nenhum banco de leite próximo, o que certamente prejudica a assistência a muitos recém-nascidos. O leite produzido em excesso e doado por uma mãe pode significar a chance de sobrevida e cura para o bebê de outra, especialmente para crianças que nascem com baixo peso, prematuras ou com algum problema de saúde.”, explicou Dário.
A relatora, senadora Lucia Vânia (PSB-GO), apresentou parecer favorável e elogiou a proposta. “É um projeto de grande alcance social, importante para implantar o banco de leite nos hospitais, importante para a nutrição das crianças, especialmente as que nascem com deficiência ou prematuras, com subnutrição, para que elas tenham uma vida saudável”, disse.

Alimento tem todas as substâncias necessárias ao bebê
Considerado o alimento mais completo, o leite materno é recomendado como exclusivo até os 6 meses de idade e complementado por outros alimentos até os 2 anos. Ele contém todas as proteínas, vitaminas, gorduras, água e outras substâncias necessárias para o completo desenvolvimento da criança. Além de benefícios físicos, a amamentação contribui com o sistema emocional, porque promove ligação entre mãe e bebê.
Um estudo publicado no European Respiratory Journal revelou que bebês alimentados exclusivamente com leite materno nos primeiros seis meses têm menos chances de desenvolver sintomas de asma na infância. Outra pesquisa, desenvolvida pela Universidade de Southampton, na Inglaterra, e pelas Universidades do Estado de Michigan e da Carolina do Sul, nos  Estados Unidos, mostrou que crianças amamentadas por pelo menos quatro meses tinham um funcionamento melhor dos pulmões. O esforço do bebê para sugar o leite ajuda no desenvolvimento e fortalece o órgão contra alergias.